Treinar em Espaços Públicos: até que ponto é justo cobrar pelo uso?
- bestrunoficial

- 4 de nov.
- 3 min de leitura

O debate sobre a cobrança de taxas para assessorias esportivas e treinadores que utilizam parques públicos, como o Ibirapuera, está em alta. Entenda os dois lados dessa discussão e o impacto para quem corre, treina ou trabalha com corrida.
O que está acontecendo?
Nos últimos meses, a discussão sobre o uso de espaços públicos por assessorias esportivas e treinadores ganhou força, especialmente após a cobrança de taxas pela Urbia, concessionária responsável pela gestão do Parque Ibirapuera, em São Paulo. A empresa passou a exigir um pagamento mensal para que grupos e profissionais possam realizar treinos organizados dentro do parque, medida que gerou divergências entre corredores, educadores físicos e gestores públicos.
A questão é simples, mas profunda:
👉 O espaço é público, mas as atividades têm caráter profissional.
👉 A cobrança é uma forma de regular e manter a estrutura ou uma limitação ao acesso e à prática esportiva?
O argumento da cobrança
Do lado da administração, a justificativa é de que a taxa tem como objetivo regular o uso do espaço, garantir segurança, manutenção e organização, e evitar que grupos muito grandes ocupem áreas de forma desordenada. Segundo a Urbia, parte do valor arrecadado seria destinada à limpeza, conservação e segurança do parque, o que beneficiaria todos os frequentadores, não apenas os grupos pagantes.
Além disso, há quem defenda que atividades com fins comerciais, como as assessorias de corrida, devem ter algum tipo de contrapartida financeira por usarem espaços públicos como ambiente de trabalho. A lógica seria semelhante à de quem realiza eventos, feiras ou aulas coletivas com lucro em áreas públicas.
O argumento contrário
Por outro lado, muitos profissionais e corredores questionam se é ético ou justo cobrar pelo uso de um bem público, que já é mantido com recursos da população. Assessorias esportivas argumentam que estimulam a prática esportiva, promovem saúde, segurança e bem-estar e que deveriam ser vistas como parceiras, não como usuárias pagantes.
Outro ponto levantado é o impacto sobre pequenos treinadores e grupos independentes, que podem não ter condições de arcar com a taxa mensal. Isso poderia gerar desigualdade de acesso, limitando a presença de profissionais e alunos de menor poder aquisitivo justamente em um esporte conhecido por sua democracia e inclusão.
E o corredor, onde entra nisso?
Para quem corre, o tema também afeta diretamente a experiência nos parques. A regulação pode melhorar o fluxo, a segurança e a limpeza, mas também pode reduzir a presença de assessorias, que muitas vezes trazem organização e senso de comunidade aos treinos. Afinal, quem nunca aproveitou o clima motivador de um grupo treinando junto, mesmo sem fazer parte oficialmente dele?
Um debate que vai além da corrida
Por trás da cobrança, há questões maiores:
O que define o uso “público” de um espaço público?
Quando uma atividade se torna “comercial”?
O acesso ao esporte pode, ou deve, ter custo em ambientes públicos?
Essas perguntas se estendem para outras modalidades e cidades, e mostram que o equilíbrio entre gestão, acesso e profissionalização ainda é um desafio no esporte brasileiro.
E você, o que pensa sobre isso?
O tema divide opiniões e talvez essa seja a parte mais saudável da discussão. Abrir espaço para o diálogo é o primeiro passo para encontrar soluções que valorizem o esporte, respeitem o trabalho dos profissionais e preservem o direito da população de usar e ocupar os espaços públicos.
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Referências
UOL Notícias (2025). MP-SP apura taxa cobrada de treinadores pela concessionária do Ibirapuera.
Prefeitura de São Paulo (2024). Contrato de concessão dos parques municipais.
Portal CBAt (2025). Política de uso de espaços públicos para atividades esportivas.




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