Corridas de Rua Sem Selo de Qualidade: o que está por trás desse problema?
- bestrunoficial
- 20 de out.
- 3 min de leitura
Atualizado: 22 de out.
Entenda o que são as corridas de rua sem selo de qualidade, por que isso importa para sua segurança e performance, e como identificar eventos confiáveis antes de se inscrever.
O boom das corridas de rua e o problema da falta de regulamentação
Nos últimos anos, as corridas de rua se tornaram uma das modalidades esportivas mais praticadas no Brasil. A popularização é positiva: mais pessoas se movimentando, cuidando da saúde e se conectando através do esporte. Mas, junto com o crescimento do número de provas, surgiu um problema preocupante a maioria dos eventos não tem o selo de qualidade da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).
De acordo com dados da própria CBAt, divulgados em 2025, menos de 15% das provas de rua no país são certificadas. Isso significa que a imensa maioria dos corredores participa de eventos sem garantia oficial de distância correta, estrutura adequada ou segurança mínima.
O que significa o selo de qualidade da CBAt?
O selo de qualidade da CBAt é uma certificação que indica que a prova passou por uma série de critérios técnicos e operacionais, como:
Percurso aferido por medição oficial (garante que o 10K é realmente 10.000 metros);
Segurança e atendimento médico adequados ao número de participantes;
Hidratação em pontos estratégicos;
Regularização junto às federações locais;
Cumprimento das normas da World Athletics, a federação internacional de atletismo.
Quando uma corrida não tem esse selo, ela pode apresentar falhas sérias, como trajetos mal medidos, falta de apoio médico, ausência de ambulância, congestionamento no percurso ou até falta de autorização formal para o uso das vias públicas.
Por que isso importa para o corredor?
Pode parecer um detalhe técnico, mas não é. Participar de uma corrida sem selo de qualidade pode comprometer sua experiência, sua segurança e até suas metas pessoais. Veja por quê:
Distância incorreta: você acredita que fez seu melhor tempo nos 10 km, mas o percurso tinha 9,6 km.
Falta de suporte médico: em caso de mal-estar, o atendimento pode não estar preparado.
Problemas logísticos: largadas desorganizadas, atrasos e percursos confusos são mais comuns em provas não certificadas.
Ausência de seguros: sem registro oficial, alguns eventos não têm cobertura em caso de acidentes.
Como o corredor pode se proteger
Antes de se inscrever, vale seguir alguns passos simples para garantir que você está entrando em uma prova segura e bem estruturada:
Verifique se o evento tem selo da CBAt ou da federação estadual de atletismo;
Pesquise a reputação da organizadora veja se já realizou outras provas e se há boas avaliações;
Analise o regulamento (ele deve citar autorização da prefeitura, da federação e o percurso aferido);
Observe os detalhes: quantidade de postos de hidratação, horário da largada, suporte médico e estrutura de chegada.
O papel do corredor consciente
Mais do que cobrar as organizadoras, o corredor pode ajudar a mudar o cenário. Evitar provas que não seguem critérios básicos é uma forma de pressionar o mercado por eventos mais profissionais, seguros e justos. A corrida de rua é um esporte democrático e merece qualidade em todas as etapas, da inscrição à linha de chegada.
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Referências
Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). “Sistema de Selo de Qualidade e Permits”. 2025.
O Globo (2025). Grande maioria das corridas de rua no país não tem selo de qualidade.
World Athletics (2024). Event Road Race Regulations.
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